quinta-feira, 19 de junho de 2008

A Indústria do Ócio


A revolução industrial, deu origem a sociedade industrial, momento no qual o ritmo da vida em si era ditado pelas máquinas. Pode-se dizer que sua evolução é o surgimento de uma nova sociedade, que na falta de outro nome, está sendo conhecida como pós-industrial. Essa sociedade tem como bem mais valioso a capacidade de confeccionar e desenvolver idéias. Segundo De Masi (2001), embora já esteja acontecendo, o surgimento dessa sociedade ocorrerá por completo quando alguns fatores começarem a acontecer simultaneamente e de forma integrada. O desenvolvimento da tecnologia, o aprendizado por parte dos indivíduos a conviver e a ter prazer com o ócio e a junção da educação, do trabalho, do lazer, do prazer com a vida em geral.
O desenvolvimento da percepção e das idéias de Domenico De Masi ocorre em função de críticas à sociedade industrial feitas por Paul Lafarque no século XIX e por Bertrand Russel no século XX. Lafarque (2001) criticava a busca incessante por uma eficiência produtiva gigante e a exploração do trabalhador com altas cargas de trabalho, pois acreditava que com o desenvolvimento da tecnologia, as máquinas e os processos poderiam otimizar a produção e o trabalhador teria mais tempo livre. Lafarque (2001), disse que as máquinas trabalharão sozinhas perfeitamente e ao homem será oferecida a possibilidade do ócio criativo e a liberdade. Entretanto, há uma falsa impressão de que as pessoas sabem o que fazer com seu tempo livre. Hoje em dia a carga diária de trabalho é quase a metade do que na época da revolução industrial e continua-se reclamando da mesma falta. A sociedade industrial cresceu com a crença de que o trabalho dignifica o ser humano, enquanto o ócio, conhecido erroneamente como preguiça, é um câncer da sociedade e por isso deve ser repugnado.
De acordo com Lafarque (2001) o homem ao invés de usufruir do tempo que o uso da máquina passou a lhe proporcionar, o mesmo iniciou uma competição absurda com a máquina. Em função disso, podemos recorrer a Russell (2001) que diz “embora tenhamos sido tolos ao desperdiçar tanta energia em vão, não há razão para sermos tolos para sempre”. O trabalhador que desempenha suas atividades de forma braçal, consegue se desligar do trabalho quando este termina, já aquele funcionário que tem como laboro desenvolver idéias inovadoras e criativas, não consegue se desligar com facilidade, pois possui uma simbiose mais sólida com o seu trabalho. Seu cérebro continua processando suas idéias o tempo todo seja no caminho para casa e até dormindo. Um lampejo de genialidade capaz de solucionar o problema pode ocorrer a qualquer momento.
De Masi (2001), ao citar uma sábia máxima zen, revela que sabe realmente viver, aquele que não separa o trabalho da educação, nem tão pouco ambos do tempo livre, nem amor de religião. Esse sábio procura fazer tudo com excelência e com prazer e deixa que os outros decidam se ele está trabalhando ou brincando. “ Ele pensa sempre em fazer ambas as coisas ao mesmo tempo.”


Fonte:
DE MASI, Domenico – A economia do ócio / Betrand Russell, Paul Lafargue; Domenico De Masi, organização e introdução; tradução Carlos Irineu W. da Costa, Pedro Jorgesen Jr. E Lea Manzi – Rio de Janeiro:Sextante, 2001

terça-feira, 10 de junho de 2008

Sociedade Industrial e Trabalho





Vivemos em um tempo onde todas as nossas ações estão sendo contadas pelo “implacável” relógio. Em se tratando de Sociedade Industrial esta característica se acende ainda mais. A produção industrial trabalha com moldes que as máquinas não se cansam de executar. O funcionamento das máquinas tem que seguir um ritmo programado, executando numa esteira rolante uma série de tarefas repetidas de acordo com um padrão.
Por trás dessas máquinas temos pessoas, que precisam se adequar ao ritmo frenético de produção. Quanto mais unidades uma máquina produzir, mais barato cada unidade fabricada será, pois os custos de produção, inclusive o investimento da máquina e os próprios salários, podem ser repartidos por mais unidades produzidas.
Existe ainda a questão da valorização da mão-de-obra do trabalhador, este por sua vez, amparado pelas Centrais Sindicais sérias, consegue adquirir melhores salários e benefícios, já os trabalhadores que pertencem a Centrais Sindicais com menos força perante as indústrias, não chegam a 50 % destes salários. Para exemplificar este fato o Dieese apresenta uma pesquisa feita nas montadoras de automóveis em São Bernardo do Campo – SP (ABC) e Resende Sul Fluminense RJ, onde, trabalhadores do ABC recebem R$1.999,83 em quanto os do Sul Fluminense recebem R$860,17 mensais. (Dieese et al., 2003). Segundo Ramalho e Santana, estes dados apresentam a execução da estratégia de baixos salários por parte das montadoras, aliados a falta de experiência em negociação com a indústria automotiva.
Assim sendo pode-se dizer que na área industrial se espera sempre produtividade, qualidade e eficiência sem, contudo, atribuir importância a uma participação efetiva dos trabalhadores.

Fontes:
Textos: Flexibilidade a francesa trabalhadores na Peugeot Citroën brasileira.
“Miríades por toda a eternidade” A atualidade de E.P. Thompson
Site: tutomania.com.br/artigo/a-sociedade-industrial

quarta-feira, 7 de maio de 2008

O DIFERENCIAL QUE VALE


A Vale do Rio Doce nasceu em junho de 1942, através de uma iniciativa do governo Getúlio Vargas, em decorrência de acordos comerciais firmados com os Estados Unidos. Após 60 anos de crescimento, a partir da transformação de recursos minerais, a Vale conta com uma força de trabalho de aproximadamente 100 mil colaboradores diretos e indiretos, atuando nos cinco continentes.

Por utilizar-se da natureza para gerar suas riquezas, a Vale possui como um dos principais valores a Responsabilidade econômica, social e ambiental. A Mineradora possui inúmeras atividades sociais em parcerias com organizações não governamentais, sociedade civil e setor público. Um dos destaques da Vale é as parcerias junto com o governo e comunidade através de projetos como O Trem da Cidadania.

Através da substancial malha ferroviária que a companhia transporta sua produção, a Vale presta serviços básicos a população de baixa renda a partir de um locomotiva e dois vagões. A unidade móvel permanece em cada cidade por dez dias e retorna à estação de três em três meses. O projeto é desenvolvido em parceria com o governo do Estado do Maranhão, as prefeituras de Açailândia, Pindaré-Mirim, Vitória do Mearim e Bom Jesus das Selvas, a Corregedoria Geral da Justiça e a Fundação Nacional de Saúde. O Trem da Cidadania viaja com uma equipe que presta serviços como emissão de documentos, consultas médicas e odontológicas, e também são desenvolvidos trabalhos educativos para a prevenção de doenças.

Em suma o papel da Vale na sociedade é de extrema importância, não somente na transformação de recursos minerais em ingredientes que estão em produtos essenciais no nosso dia-a-dia, mas sim no cuidado com o ambiente e as pessoas em que ela agride direta e indiretamente, causando danos muitas vezes irreparáveis.
Fonte:
Site oficial da Companhia Vale: http://www.vale.com.br/

terça-feira, 15 de abril de 2008

Quando tudo vai parar?


O aquecimento global está trazendo conseqüências graves para todo o planeta. A retenção de calor na superfície terrestre pode influenciar fortemente o regime de chuvas e secas em várias partes do planeta, afetando plantações, florestas e o meio ambiente.

Outro grande risco do aquecimento global é o derretimento das calotas polares. Esse derretimento já vem acontecendo há milhares de anos, por um lento processo natural. Mas a ação do homem e o efeito estufa aceleraram o processo e o tornaram imprevisível. Imagens em diversas partes do mundo mostram nitidamente o aquecimento global, ocasionado pela elevação das temperaturas, em função da grande emissão de gás carbônico (carros, indústrias, etc..) que impede a dispersão dos raios solares, elevando principalmente a temperatura dos oceanos. Mudanças climáticas ocorrem devido a fatores internos e externos. Fatores internos são aqueles associados à complexidade derivada do fato dos sistemas climáticos serem sistemas caóticos não lineares.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) “atribui à modificação do clima 2,4% dos casos de diarréia e 2% dos de malária em todo o mundo. Esse quadro pode ficar ainda mais sombrio: alguns cientistas alertam que o aquecimento global pode se agravar nas próximas décadas e a OMS calcula que para o ano de 2030 as alterações climáticas poderão causar 300 mil mortes por ano”.

Cientistas pesquisam, orientam, buscam alternativas para as dramáticas e radicais mudanças climáticas em nosso planeta. A grande preocupação dos cientistas não é somente efeito estufa – aquecimento global, como também a falta de água potável no mundo, que já está refletindo em diversas partes do mundo.

Fontes:
Revista Veja.com - Editora Abril
Site do Terra www.terra.com.br
Uma verdade Incoveniente – AL GORE
Rio Canry Fork, Carthage, Tennessee, EUA, 2006Foto: Tipper Gore

terça-feira, 1 de abril de 2008

A mulher conquistando seu espaço


Há alguns anos atrás, as mulheres ocidentais viviam quase que estritamente para as atividades domésticas, àquelas, porém, que se aventuravam no mercado de trabalho, seja por necessidade ou por ambição de uma vida melhor, enfrentavam enorme preconceito e discriminação. Atitudes essas, que em função das lutas sociais, principalmente as feministas, e da evolução das sociedades, tornaram-se cada vez mais enfraquecidas. Com isso as mulheres começaram aos poucos a adentrar no mercado de trabalho, até então restrito ao gênero masculino. Essa participação começou de forma acanhada e vem aumentando numa razão constante que, independentemente da variação do quadro econômico, vem diminuindo o hiato entre os gêneros.

Segundo Lavinas (2001) esse “grau de empregabilidade” se deve à dimensão de gênero. É como se as habilidades femininas ou um certo tipo de atributo pessoal credenciado pela dimensão de gênero, hoje fortemente demandadas pela nova economia, somados a vantagens objetivas, como um maior nível médio de escolaridade feminina e um déficit de remuneração em relação aos homens em cerca de 25%, proporcionasse um diferencial ao gênero feminino. Lavinas (2001) constata ainda que, esse movimento de feminização do emprego acaba sendo interpretado como uma tendência inexorável, característica das sociedades ocidentais, empurrando definitivamente a mulher para o mercado de trabalho, já que desde 1988, quando se verifica as recuperações salariais, as mulheres são sempre mais favorecidas. A desigualdade salarial está diretamente ligada a escolaridade, quanto maior o grau de instrução da mulher, menor será a disparidade em relação ao gênero masculino nas mesmas condições.

Fonte:

Lena Lavinas - Setembro de 2001 - Editora do ipea
http://www.ibge.gov.br/ - http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/mapa_mercado_trabalho/mapa_mercado_trabalho.pdf

quinta-feira, 13 de março de 2008

Produzindo conhecimento Vs. Produzindo Ócio.


O tempo disponível hoje para os estudantes nas escolas, é suficiente para formação de uma geração, que será à força do crescimento sustentável no país?

De acordo com o historiador Luiz Mir, a ampliação da carga horária é uma necessidade para oferecer melhores condições de estudos aos alunos. Embora a necessidade de maior tempo na escola seja de ordem nacional, alguns estados não atingem o mínimo para uma educação básica, exemplo são os estados do norte e nordeste brasileiro. Para os que ainda possuem dúvidas, basta assistir os principais programas de jornalismo da televisão brasileira e acessar alguns portais de notícias na internet.



Está mais do que consolidado, que, quanto mais tempo crianças, jovens e adultos passam se dedicando aos estudos, maior e melhor será o resultado ao longo prazo tanto cultural como econômico-financeiro. Exemplos claros são países como Coréia do Sul e Estados Unidos, nações essas, que investiram pesado em educação. Estudos do IPEA apontam que a eliminação do atraso educacional eleva o crescimento da renda per capita dos salários industriais e das exportações, ou seja, a educação é a base para o crescimento dos principais setores da economia de um país.

Fonte:
Mir, Luiz. Guerra Civil: estado e trauma – São Paulo: Geração Editorial, 2004.
De Barros, Ricardo Paes; Mendonça, Rosane: Investimentos em Educação e Desenvolvimento Econômico – Rio de Janeiro: IPEA 1997.